sexta-feira, 1 de junho de 2007

Conferência de abertura une linguagem e crítica

O professor Luiz Gonzaga Motta, da Unb, esbanjou erudição na conferência de abertura do 1º Encontro Nacional de Observatórios de Imprensa. "Talvez pela primeira vez na minha vida acadêmica, eu faça o uso da palavra lendo a minha fala. É que eu gostaria muito de perseguir um raciocínio sem me desviar tanto", justificou já de início.

Lendo com voz calma e convidativa, Gonzaga Motta atuou mais como um cicerone que conduz seus ouvintes por um sinuoso percurso teórico que foi do surgimento das línguas à prática atual da crítica dos meios de comunicação. Citando George Steiner, Gadamer, Wittgenstein, Habermas, Amartia Sen, entre outros, o conferencista frisou a importância da linguagem na história do homem e no seu próprio desenvolvimento. Fez mais: salientou o exercício da crítica como uma prática hermenêutica, e com isso, a necessidade de sustentar histórica, moral e socialmente essa atividade. Daí a necessidade de se apegar a uma ética universalista que se apóie em conceitos concretos como o desenvolvimento humano. "Tenho dito e repetido que este é um caminho que acredito muito para a crítica dos meios de comunicação. Um caminho para os próprios meios de comunicação", disse.

Para Gonzaga Motta, o apego a critérios claros do ponto de vista teórico e moral são fundamentais para embasar e legitimar os críticos de mídia em seus tempos. Mais ainda: vincular-se a esses valores auxilia a criar pontes entre as pessoas, traçar aproximações, diálogos, como se todos falássemos a mesma língua, como as ancestrais antes de Babel...

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