quinta-feira, 19 de abril de 2007

Síndrome de Homer Simpson

Boa Vista - O que faz o Jornal Nacional valorizar tanto o episódio ocorrido na Universidade Tecnológica da Virgínia (quase 10 minutos para 32 mortos) e desprezar na mesma intensidade as vítimas inocentes da Guerra no Iraque (10 segundos para 180 mortos)? Alegar que não há segurança para manter jornalistas em Bagdá é inútil. O mesmo telejornal, como se sabe, mantém equipes no Rio de Janeiro (1,3 mil mortos em quatro meses). Sim, comprar das agências internacionais é barato, mas segundo uma velha e obsoleta visão humanística do jornalismo, não se pode valorizar umas vidas mais que outras. Isso ficou para quem é parte do conflito, como o âncora da Fox News que disse "what the hell, sou parcial mesmo!". No caso brasileiro, a subserviência à pauta norte-americana, a falta de imaginação e a opção por matérias sensacionalistas revelam mais sobre o JN do que a penca de correspondentes sediados nas maiores capitais do mundo.


* O grupo Abril vendeu parte de seu capital social para um grupo empresarial que apoiava o regime racista na África do Sul. Há quem duvide disso porque a Abril é dona de uma revista semanal conhecida por sua defesa das causas sociais, do pacifismo e contra a exploração capitalista dos mais humildes. O grupo é acusado de viabilizar o negócio através de uma empresa fantasma criada no Brasil para esconder a provável inconstitucionalidade. Na grande imprensa, somente a Bandeirantes tem mexido no caso. Mais sobre isso aqui, aqui e aqui.

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